segunda-feira, 31 de março de 2008

Esperançoso

Dói, mas não tanto quanto pensei que ia doer. Enfim, não é o fim do mundo, mas eu queria ser feliz por mais tempo, e isso colocou um ponto naquelas horas todas de felicidade.

Fazer o quê?

Tenho agora é que trabalhar com o que eu tenho. Só sobrou a mim mesmo. Hora de rever como anda minha mente e melhorar o que for possível.

É sempre bom saber das minha limitações, dos meus defeitos e onde estou pisando. As vésperas de mais um aniversário e eu tomo, de novo, a posição de "One Man Guy".

E eu ainda tenho tanta vida pra viver. Tantas pessoas pra conhecer.

Definitivamente não é o que eu queria, mas como eu não tenho escolha, eu me deixo levar a esse destino desconhecido.

E é incrível o quanto de força ainda existe nesse pós-adolescente de vinte e dois anos.

Bom mesmo é lembrar que minhas lágrimas secam por si só.

sábado, 29 de março de 2008

Um tempo.

Eu me lembro de estar me arrumando quando eu escrevi o depoimento que queria te fazer feliz e que estava feliz por sair com você. Eu estava radiante, tinha um brilho nos meus olhos que nesse março inteiro não teve, e tinha um sorriso que, deixa pra lá.

Dai que eu cheguei e as pessoas me viram e comentaram como eu estava, dava pra sentir que eu estava feliz. Eu lá, todo cheio de esperanças e com o coração cheio de coisas boas, e tudo para você.

Foi um dos olhares mais distantes que eu recebi.

Depois eu me lembro de você não olhando mais nos meus olhos, mudando repentinamente de assunto, compras no mercado, e então o final.

Nós, lá fora. Uma conversa demorada porém de poucas palavras e longas pausas, nenhum olhar e poucas explicações.

Muito de mim morreu nessa sexta feira.

Quando eu te perguntei se o meu amor não era suficiente, o silêncio falou tudo o que eu jamais queria ter ouvido.

Dói muito. E essa dor, essa dor hoje só você pode acabar.

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E agora?

Dai que dizem: Ora, vive! Você viveu 22 anos sem isso.

E eu digo: Eu não vivi, eu sobrevivi. E voltar a sobreviver depois de aprender a viver é no mínimo impossível.


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quarta-feira, 26 de março de 2008

Dogmas

Eu sou uma pessoa assim e vai ser muito difícil mudar.

Eu me sinto feliz fazendo alguém feliz.

E nada pode me fazer mais feliz quando alguém tenta me fazer feliz.

É por isso que eu amo.

Quero te fazer feliz.

Por favor, jamais permita que eu tire o sorriso do seu rosto.

Mais do mesmo

"And I hurt myself
by hurting you."

Daí que eu resolvi tentar e acreditar.

Sim, isso é bem mais uma decisão do que algo natural. Ou se olha pra frente tendo sempre o incômodo do que passou e rezando para que não aconteça de novo, ou se elimina todas as possibilidades e pára, inclusive as possibilidades de dar certo. Nas duas hipóteses é tudo muito artificial, você tem que matar um pouco de toda a história para tomar a decisão convicto, e isso não é bom.

O que eu não posso esquecer, e suspeito que não vou conseguir tão cedo é o que eu li. Eu me lembro da frase: "É, eu imagino como deve ter sido pra você ter lido aquilo." mas eu acho que foi tão íntimo e tão forte que eu duvide que alguém entenda. É bem mais do tipo "ou você já sentiu isso antes, ou só vai entender quando sentir ."

E eu espero que nenhuma das pessoas que eu amo passe por isso, sinta isso. Agora eu entendo a metáfora do "dói muito". Porque até então sentimentos negativos eram pra mim bem mais um esgotamento, o fim da esperança, o fim da crença, que eu simplesmente me sentia nos meus piores momentos derrotado e com vontade de desistir.

Não naquela sexta. Pela primeira vez eu experimentei o sentimento de rejeição plena. Dói ser você mesmo, dói ser rejeitado e dói de verdade, fisicamente falando.

Mas isso fica para um outro post, quando eu tiver coragem de me encarar nos olhos e medir com exatidão o estrago que isso causou na minha alma.

Por hora, eu decidi acreditar mais uma vez. E felizmente tem dado certo. E eu estou melhor.

domingo, 16 de março de 2008

Fugaz

Uma das questões mais recorrentes nas vidas que me cercam e que só agora deu as caras na minha nova vida: até quando a gente deve confiar ou esperar que uma pessoa mude?

Se eu soubesse a resposta, eu provavelmente escreveria um best seller. Errar nesse feeling parece terrível: desistir de uma pessoa com potencial, especial, que você sente os melhores sentimentos do mundo e que você sabe que poderia corrigir um erro que faria toda a diferença não é fácil.

A mudança vem de uma maneira muito inesperada. Às vezes sofremos e prometemos mudar para nunca mais sofrer do mesmo problema. Mudança também pode ser obrigatória, o mundo exige uma nova postura e se você não se move acaba perdendo algo de muito valor.
Em outros casos a gente simplesmente fica com essa pulga atrás da orelha, acorda um belo dia e decide aceitar o desafio. Raro mesmo é alguém chegar, dizer que é a hora e você aceitar.

Como então despertar essa fagulha nos outros? Eu tento criar uma epifania com palavras. Eu digo, eu mostro e dito todo o caminho. Recebo um olhar de que está dando certo, mas é completamente temporário e artificial.

Mas eu ainda acredito. E muito.

Daí que eu espero.


E continuo esperando.



Ainda esperando...





Quem de nós vai colocar um ponto final nisso?


"I know that I should take my friend's advice
'Cause if it happened once, you know it happens twice
If there's a chance then I know I've got to try
I'll make him dance with me, I'll make him tell me why"
-Pretender, Madonna

Cheers

Para um casal de amigos meus, recém casados:

Em tempos a gente descobre que o que importa não é desejar felicidade eterna.

Mas sim desejar que nos momentos difíceis você tenha uma pessoa especial ao seu lado pra te dar apoio, e lembrar que quem é capaz de sofrer hoje também é capaz de ser feliz amanhã.

Parabéns então pela escolha. E que o amor sempre prevaleça.

Que daqui há 40 anos vocês contem aos seus netos que tiveram a vida que sempre desejaram ter. E que amar vale a pena.


Tudo de ótimo pro casal.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Orkut

Ah, o meu olhar...

De longe é uma cor só. De perto é aquele mosaico, quebra-cabeça de peças multicoloridas que formam uma realidade. Mas nessa realidade tem tantas outras inseridas. Nem eu sei de todas as cores que compõe meu olhar. E eu já o conheço há quase 23 anos.

Meus olhos são os mesmo, mas meu olhar muda constantemente.

você ainda pode ver aquele sorriso e alegria alienada, a parcial inocência do novato adulto e também um certo tom de melancolia provindo de tantos fatos que esses anos todos contam.

Ah, e olhando nos meus olhos você também pode se ver.

Mas você nunca, jamais vai ver o mundo como eu vejo.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Caged bird (Wonderfalls)

You said let it go.

Guess what?


Let's let it go.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Insaciável

Terceiro mês. E eu continuo achando que esse tipo de discussão é importante. Se um dos dois não está bem, ou poderia ser melhor, não é amoral lutar pela sua felicidade.

Relacionamento é assim, às vezes a gente erra a mão e se descuida por um tempo. Tem dia que tudo o que a gente precisa é se ver, se sentir. Em outros a gente deixa tudo entrar na frente e acaba esquecendo que o bem estar pode estar em apenas um telefonema, à dois ônibus de distância, ou a uma hora de diferença.

É por isso que esses detalhes incomodam, porque não são detalhes. Se uma mensagem pode mudar o meu dia, imagina o que uma viagem a praia pode fazer conosco?

Ainda sobra o gosto agridoce do poste debaixo, eu admito. Não pelas desculpas nem pelas lágrimas. Fica é um pouco do que poderia ter sido e não será. Eu não fui a praia com você significa também que você não foi a praia comigo. Nada de pôr do sol juntos. Nada de uma casa só pra nós por um dia. Nada de conversas fúteis na ida, nada de ficar abraços na volta. Nada de mergulhos libertadores, abraços relaxantes e beijos apaixonados, nem chinelos cheios de areia, nem mesmo vão me perguntar como foi minha folga pela marca do sol porque eu continuo branco.

Mas a gente acaba se apaixonando de novo. Sempre. É só esse olhar, é só essa presença, essa energia toda e tudo começa do zero. Meu mundo faz mais sentido com tudo isso. E tudo isso faz parte.

Quem me conhece sabe que eu estou melhor, sabe que eu ainda quero. Meu erro foi desejar mais. E pasmem, eu vou continuar errando. Desejando. Querendo. Pedindo. Perdoando.

Só não aceito e nem me conformo, porque mais felicidade não é pedir muito. E é completamente possível.


"I just need a little of your time
A little of your time
To say the words I never said
Just need a little of your time
A little of your time
To show you that I am not dead

Please don’t leave, stay in bed
Touch my body instead
Gonna make you feel it
Can you still feel it?"



sexta-feira, 7 de março de 2008

Agridoce

"Eu estou chorando agora!
O que foi que você fez?
Eu pensei que seria divertido..."
-Just like a pill, Pink


Eu preciso me controlar um pouco mais, mas não consigo. Eu não vejo os meus amigos, mas vejo todos os seus. Eu não vejo minha família direito, mas convivo com a sua. Eu me sacrifico, mas raramente te faço derramar suor por mim.

Eu não sei jogar. Na verdade eu até sei, mas não consigo. Se eu começar a demonstrar uma indiferença apenas para chamar a atenção não seria típico do meu modus operandi. Quando a gente começa a usar todo o tipo de artifício pra prender a pessoa amada a gente na verdade tem vergonha de admitir que alguém não está mantendo mais o compromisso como deveria. Pra mim pode até ser mais doloroso expor a minha carência do que começar um jogo de ego, e no entanto eu ainda prefiro colocar as cartas na mesa.

Quem lê esse blog sabe que eu mudo. Meus amigos sabem que eu mudo. E só há uma forma de você me perder hoje. Se eu mudar. Se eu me adaptar a sua falta, se eu me adaptar a essa constante estranha forma de priorizar tudo menos eu.

Então, que eu não me adapte ao seu celular sempre sem bateria. Que eu ainda sinta vontade de te ligar e você atender. Porque se eu desistir de te ligar...

E que eu não me adapte ao fato de você sempre dar um jeito de ver os outros e o que sobrar da sua folga é meu. Que eu ainda fique na esperança de que um dia você simplesmente me ligue dizendo "Hoje é minha folga. Vamos ao cinema, eu não aceito um não". Porque se eu me acostumar que nas suas folgas você só vê os outros...

Que eu jamais me adapte ao fato de que você sempre marca alguma coisa comigo, esquece e quando te lembro você diz que não dá mais porque já tem algo marcado. Porque no dia que eu parar de marcar compromissos com você...

Eu juro que eu não quero que isso aconteça. Mas ao mesmo tempo, eu queria que isso nem fosse necessário. Eu te quero mais que tudo. E sei que você quer.

Mas existe uma diferença entre querer e batalhar por isso. Que você tenha capacidade de entender isso antes que seja tarde demais.

Agora são três da madrugada e você dorme tranqüilamente enquanto eu penso em tudo isso.


quinta-feira, 6 de março de 2008

Presente de Canato

My Fatal Flaw, by Ephram Brown


The more things change, the more they stay the same. I'm not sure who the first person was who said that. Probably Shakespeare. Or maybe Sting. But at the moment, it's the sentence that best explains my tragic flaw: my inability to change. I don't think I'm alone in this. The more I get to know other people, the more I realize it's kind of everyone's flaw. Staying exactly the same for as long as possible, standing perfectly still... It feels safer somehow. And if you are suffering, at least the pain is familiar. Because if you took that leap of faith, went outside the box, did something unexpected... Who knows what other pain might be out there, waiting for you. Chances are it could be even worse. So you maintain the status quo. Choose the road already traveled and it doesn't seem that bad. Not as far as flaws go. You're not a drug addict. You're not killing anyone...
Except maybe yourself a little. When we finally do change, I don't think it happens like an earthquake or an explosion, where all of a sudden we're like this different person. I think it's smaller than that. The kind of thing most people wouldn't even notice unless they looked at us really close. Which, thank God, they never do. But you notice it. Inside you that change feels like a world of difference. And you hope this is it. This is the person you get to be forever... that you'll never have to change again.