sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Pra fora

Houve um dia em que eu decidi falar tudo e machucar quem merecesse no processo. Pra quem sempre me vê engolindo seco tanta bosta e abrindo até mesmo um gentil sorriso quando sou alvo de escárnio, isso foi uma surpresa.

E deu certo.

Pronto. Agora não tem vírgula que eu engula.

Vai encarar?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sobre abóboras e sapos

Agora eu sei. É exatamente assim, não é? Começa precisamente nesse ponto mesmo.

Primeiro a gente cria uma imagem do par ideal, pinta com todos os detalhes a princesa do castelo que vamos resgatar ou o príncipe que irá nos salvar, e então a gente pega essa perfeita fantasia e veste a primeira pessoa que encontrar. Confesso: todo relacionamento é um reflexo daquilo que a gente quer e nunca aquilo que podem nos oferecer.

E é assim, criando modelos que não existem, encontramos a maneira mais fácil de se decepcionar.

Daí é uma decepções após a outra, coleção infindável de relacionamentos fracassados até que perde-se a vontade de se acreditar de novo. A gente mata toda possibilidade de amar e se convence que isso não existe. Afinal, se nós conhecermos uns vinte casos fracassados em toda a nossa vida, com todos os outros seis bilhões de seres humanos vai acontecer de novo. Muito coerente: definir seis bilhões numa amostra de vinte.

É assim, não é? Quando a gente desiste é que a gente casa com a primeira medíocre que aparecer, e ela vai até agradecer a Deus por ter achado o homem errado. Ela, que vai ter um filho comigo e que eu vou preferir assistir o jogo de domingo que brincar com a criança. Ela é tão sem sal que a coisa mais inteligente que vai dizer no jantar é que o preço do sabão em pó cresceu pela terceira vez.

E eu vou traí-la de todas as maneiras possíveis e prováveis. Enquanto tiver dinheiro pagarei profissionais do sexo para saciarem meus desejos e vou voltar tarde todos os dias. Vou inclusive comer a secretária, e levarei pra minha amante mais presentes em um mês do que eu dei a minha esposa em seis anos de casamento. A amante sim, vai ganhar flores, bombons e promessas de felicidade. E minha esposa saberá que está sendo traída, mas sem mim ela é o que? Profissão dona de casa? Eu coloco arroz e feijão na mesa, e ela que se vire pra descobrir que raios significa a palavra "felicidade". Casou comigo porque quis. E sabe também que se me largar ninguém mais vai querê-la.

E quando tivermos o nosso segundo filho - engraçado que eu nem vou reparar como ela ficou grávida, já que acho que estamos quase quatro anos sem fazer sexo de maneira decente - eu gastarei todo o meu dinheiro. Mas não tem problema: pinga é barato e eu ainda posso chegar bêbado em casa e descontar nela todos os meus problemas e frustrações sexuais.

E também não vou acreditar em mais nada, é muito fácil matar Deus num cenário como esse. Quem precisa acreditar em inferno com uma vidas dessas? Vou é agradecer quando finalmente morrer!

Contraditoriamente após minha morte terei um enterro maravilhoso e digno. Muitos chorarão por minha ausência e me perdoarão inconscientemente dos meus pecados, principalmente porque todos conseguiam, mesmo que por um instante ou em um olhar, enxergar em mim meu grande coração. Lágrimas de verdade. E por mim.

É esse o caminho, não é? É logo após tantas decepções que se decide que amar é ilusão, e que ilusão dói mais que a possibilidade de ser feliz e nunca conseguir. É agora, e eu preciso logo encontrar o botão "Stop". Eu preciso que você segure na minha mão o mais forte possível e me diga que ainda é possível, que existe gente igual a mim nesse mundo. E que eu ainda posso encontrar.

Sabe o que é o pior? Precisava te contar que o pior é que eu não te vesti de fantasia nenhuma. Eu amei tudo o que você inclusive odeia em si. Quer ver? Acho óculos extremamente sexy, adoro suas pintas e não ligo para o seu tamanho: há pessoas lindas de dois metros de altura que jamais prenderam meu olhar por mais de cinco segundos. Juro.

Mas eu concluo que eu saio dessas situações de maneira bem diferente dos outros mortais. Enquanto muitos terminam histórias como a nossa cheios de mágoa, eu termino com pura raiva. Foi quase agora que eu fui perceber que cada decepções minhas não roubam minhas energias e nem me esgotam. Eu fico é inquieto, irritado, impaciente, cheio de palavras que eu nunca vou dizer porque você nem me ouviria e que nem mudariam em nada. Quero é te tirar logo da minha cabeça e quero mesmo é foder com a pessoa errada só pra dizer que se você não quer o problema é só seu: sou muito desejado, obrigado. Sabia que tem gente que daria o mundo pra namorar comigo?

E nada disso importa agora. Nem muda em nada o que vai acontecer.

Nada.

No final das contas acaba eu aqui, você ai, e só. Ponto, nem mesmo posso escrever o que sei que não vai acontecer. Acaba sempre assim: sem graça, sem esperança e sem grandes conclusões.

É por isso que eu sinto raiva, porque a verdade é que agora eu sei que a gente não vai seguir com a nossa história, vamos parar antes de ter-mos chegado na melhor parte. Sem nenhum aprendizado inédito, acaba é tudo soterrado pra debaixo da terra e cada um que se vire pra encontrar alguém que vai trazer ou prazer ou esperança no próximo final de semana. Esse conto de fadas sempre termina assim.

Em outras poucas e boas palavras, tudo isso de nada me valeu a pena.

Nada.



"Talvez velhas feridas nos ensinem algo. Elas nos lembram onde estivemos e o que superamos. Nos ensinam lições sobre o que evitar no futuro. É como gostamos de pensar. Mas não é o que acontece, é? Algumas coisas nós apenas temos que aprender de novo, e de novo, e de novo... "

De A a Z, com todas as letras.

"O sucesso encobre uma infinidade de fracassos"

Só Deus sabe o quanto eu torci pra que finalmente estivesse certo, que era dessa vez que eu iria amar e ser correspondido pela segunda vez.

Eu não aguentei, confesso. o que começou muito bem e cheio de promessas de que iríamos devagar acertando nosso rítmo foi brutalmente transformado em algo mais forte do que eu conseguiria encarar, mais intenso do que eu precisava e absolutamente desnecessário. O exagero tornou a tudo tão falso.

E justamente nós, que poderíamos ter tido um namoro de anos, fazer o quê?

Eu não poderia ficar com você nem mais um minuto depois do que aconteceu com meus pais, depois do que eles passaram por causa do seu telefonema. Eu poderia até te perdoar com o tempo sobre os eventos de sábado, poderia pela primeira vez passar por cima do meu ego porque você virou a cara para mim quando te abracei naquela manhã, afinal amor transforma, amor também é sacrifício. Mas o que aconteceu com meus pais prova que não estávamos com a cabeça no lugar, como tudo aquilo era demais.

E depois, você negou todas as incoerências, pra logo depois confirmar tudo. Eu prefiro estar do lado de alguém que fale logo "Errei, tem jeito de me desculpar?" do que passarmos por tudo isso.

Eu preciso confiar e muito em quem dorme na minha cama.



Xeque-mate

(Post sobre o final de Julho, começo de agosto, que eu jamais tive coragem de publicar antes. Mas tem coisas que não importam quanto tempo levem, ainda são necessárias)


Eu ainda me surpreendo quando leio o início do seu post, comparando amor à uma Guerra, coração a algo a ser conquistado, e inimigo que conseguindo vencer pela mentira.

Devo dizer que o seu ponto de vista é fácil demais.

Por que não podemos ser seres humanos que simplesmente são ou não cativados? Precisamos mesmo transformar a vida nesse Preto no Branco absoluto?

Isso não é uma novela e não somos vilões.


Mas o que eu verdadeiramente queria era dizer:

"Não entendo onde eu te iludi, deixando bem claro que não poderia ficar com você enquanto gostava de outra pessoa e enquanto você não estivesse no meu coração isso seria errado.

Não entendo onde sou o culpado por não te avisar, sendo que você cortou o contato comigo e não interage nem por Orkut ou Flog há dias. Não quis saber sobre a minha transformação na vida profissional, sobre o caso de doença na minha família... Então como seria natural eu te ligarse você não quebra o silêncio há uma semana?

Não entendo, se por você eu passaria um domingo em casa, sozinho e esquecido, já que você não me ligou mais. Mas ter um domingo ótimo e ser feliz eu não posso. Isso é imoral demais, é traição, é covardia."


Mas enfim, eu até responderia se eu não tivesse sido bloqueado. Penso em algo bem simples:

"Se eu estiver falando a verdade então você não perde nada, simplesmente não tocou, e essas coisas acontecem ou não, independente da nossa vontade. Se eu estiver mentido você também não perde nada, saiu ileso e rápido das mãos de uma pessoa que não vale nada: EU."


De qualquer forma você ganha. E de qualquer forma há agora muito menos sorrisos do que existia antes.


"OMG, I'm shocked"
-Flog alheio oportunista, tentando desviar as atenções de que aliciou um amigo através de um comentário sobre quem eu estava ficando. Provando que criar polêmica sobre os outros é uma ótima maneira de desviar atenção das nossas próprias depravações.