quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Dos porquês

O que nos difere é a adolescência. O jeito que cada um experimenta as dores e os prazeres da vida e, principalmente, o que a gente tira de conclusão depois é o que dita o que somos.

Pra mim todas as fases da vida terminam com a morte de algo. Aos poucos a gente vai perdendo as coisas, perdendo os anos e perdendo os afetos. Desnecessário dizer que o que vale mesmo é o que nasce no lugar, é o que a gente busca depois disso.

Adolescência é punk porque tudo morre. Até então o mundo gira em torno de você. As únicas pessoas que você conhece te amam, e você não precisou conquistar o amor dos seus pais, ele já estava lá. Você se arruma pra ficar mais bonito, mas não existe feiura nata: uma camisa nova e todos já dizem "Que lindo!".

A auto-imagem é destruída e o amor agora é todo por conquista, nunca garantido. Você se expõe pro mundo e pode muito bem ouvir um não. E não importa o quanto você queira, seus pais já não podem mais oferecer tudo o que você quer.

O ideal de amizade muitas vezes também morre. Na escola éramos íntimos, mas um dia cada um vai para o seu lado, levando consigo todas as promessas de eternidade.

E é justamente isso que é levado na adolescência, a eternidade. Que criança tem medo de morrer? De cair? De falhar?

A vida era muito mais simples, e por isso a felicidade era tão fácil.

Nenhum comentário: